
O candidato presidencial Fernando Dias declarou, na noite de quarta-feira, que escapou a uma tentativa de detenção em Bissau por indivíduos armados que invadiram a sua sede de campanha.
O político, que se encontra atualmente em local incerto, relatou que apenas conseguiu fugir graças à intervenção de jovens que estavam no local e evitaram a sua captura. Num vídeo publicado nas redes sociais, Dias descreveu o episódio como parte de uma operação orquestrada para o afastar do processo eleitoral.
Dias, apoiado pelo PRS e pelo PAIGC, reafirmou que venceu as eleições presidenciais de 23 de novembro logo na primeira volta e acusou Umaro Sissoco Embaló de alegadamente conduzir um plano para entregar o poder aos militares, após perder o escrutínio.
O candidato confirmou também a detenção de Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, e do advogado Octávio Lopes, ambos conduzidos para as celas da segunda esquadra, num cenário que classifica como tentativa de manipular o processo político.
O apelo de Dias inclui uma chamada à mobilização da população para exigir a libertação dos detidos e o restabelecimento do estado de direito, além de instar a comunidade internacional a garantir que a Comissão Nacional de Eleições divulgue os resultados.
A tensão intensificou-se após tiroteios registados ao início da tarde de quarta-feira, seguidos do anúncio oficial, pela Televisão Pública da Guiné-Bissau, de que o Comando Militar para a Restauração da Ordem Constitucional assumiu a totalidade dos poderes do Estado. Os militares justificaram a ação com a alegada existência de um plano para desestabilizar o país.
Organizações regionais como a União Africana, a CEDEAO e o Fórum dos Anciãos da África Ocidental condenaram o sucedido, expressando profunda preocupação, sobretudo por ocorrer na véspera da divulgação dos resultados eleitorais. Continua LER mais Clique Aqui
Fonte: DW (Deutsche Welle)
Foto: AFP / Getty Images